Para que o ano de 2020 não acabe, a CGTEletrosul, no início desta semana, definiu em alguns comunicados oficiais e extraoficiais infernizar a vida dos empregados que se protegem da pandemia em suas casas. No dia de ontem 30/12, emitiu novo comunicado informando 9 contaminações entre 19 e 30 de dezembro totalizando 151 casos (confirmados) desde o início da pandemia.

Considerando que o quadro total de empregados é hoje cerca de 1500 pessoas, chegamos a 10% dos trabalhadores e trabalhadoras infectados pelo menos uma vez pelo vírus,enquanto no Brasil o índice de infeção é de 3,6% da população.

Na mesma semana, foi anunciado o fracasso da compra de seringas pelo Ministério da Saúde, que conseguiu comprar apenas 2,7% da quantidade necessária para imunizar o povo brasileiro.

Para compreender o que se passa na gestão do governo federal, que administra as estatais e a quem a direção da CGTEletrosul é obediente, é preciso recorrer a história recente da humanidade marcado por guerras e maldades.

Neste sentido, lembramos aqui o julgamento do nazista Adolf Eichmann. O nazista foi um dos principais personagens do genocídio judeu ocorrido durante a segunda guerra mundial, tendo participado, tanto da deportação dos judeus que estavam em território nazista, quanto do plano de execução do genocídio. Quando os socialistas derrotaram os nazistas e começaram a libertar os judeus aprisionados nos campos de concentração, o mundo pode ter contato com um dos feitos mais terríveis da história da humanidade.

Eichmann era não só um homem mau, mas covarde, uma vez que ao fim do regime nazista, fugiu para não responder pelos seus crimes. Anos mais tarde foi capturado na Argentina e levado para Israel onde foi julgado, condenado e enforcado. Em seu julgamento teria dito:

“Existe a necessidade de desenhar uma linha entre os líderes responsáveis e as pessoas como eu que foram forçadas a servir como meros instrumentos nas mãos dos líderes”, escreveu Eichmann. “Eu não era um líder responsável, e, como tal, não me sinto culpado.”

Ora, estes argumentos são normalmente utilizados por aqueles que acham que a maldade dos seus atos é justificada pelo cumprimento de ordens superiores. Parecido com o que ocorre hoje na nossa CGT – Eletrosul. Sobre as maldades de Eichmann e como acabou sua passagem pelo mundo, é possível saber mais assistindo ao filme “Operação Final”, no Nexflix, cujo trailer você pode acessar aqui.

Sobre o genocídio brasileiro, estamos assistindo ao vivo, todos os dias com as notícias aterrorizantes, que chegam a cada momento da morte de artistas, personalidades, pais, mães, filhos, filhas, parentes, amigos e amigas.

A convocação de trabalhadores e trabalhadoras, sem seringa, sem previsão de vacina, sem plano de vacinação, não só expõe as pessoas ao risco, mas contribui para a propagação da pandemia na sociedade, uma vez que aumenta a circulação nas cidades onde a empresa mantém suas instalações. Estas convocações também são feitas de forma covarde, através dos gerentes sem email oficial da empresa em alguns casos.

Desde que tudo começou, lá em março, a Intersul vem se posicionando contrária a realização do trabalho presencial porque expõe os trabalhadores e trabalhadoras, mas também suas famílias ao contágio desta doença, que mata 2 em cada 100 pessoas infectadas e no Brasil já matou quase 200 mil pessoas.

Perdemos a batalha da negociação em relação ao coronavírus na CGTEletrosul por se tratar de uma gestão autoritária, que pratica censura interna e finge que ouve entidades sindicais. Perdemos também a batalha judicial quando o entendimento da justiça foi de pagar para ver os acontecimentos cassando a nossa liminar e negando a participação das entidades no comitê de crise.

Mas vale lembrar que a guerra ainda não acabou, estamos vigilantes, acompanhando cada passo da direção da empresa, cada vacilo, cada movimento e vamos vencer a guerra, levando a julgamento os responsáveis por esta situação. O nazista Eichmann também achava que sairia impune.

Diferente da gestão da CGTEletrosul, a Intersul deseja a todos os trabalhadores e trabalhadoras da empresa, uma boa passagem de ano. Desejamos e lutaremos para que em 2021 haja vacina para todos, tenhamos muita Energia, muita Força e muita Luz.