Reproduzimos na íntegra, boletim do SENERGISUL
Um dia 07/09 triste! Um dia que não será esquecido! A Usina Termelétrica de Candiota – Fase C é vendida.
Empregos serão mantidos, mas até quando? Em reunião virtual, foram comunicadas algumas mudanças, dentre elas, foi estipulado o prazo de 3 meses para a transição, onde os contratos dos funcionários serão passados por sucessão, para a Âmbar Energia, nova controladora de Candiota III.
Após diversos “golpes”, a ELETROBRAS foi privatizada, e com o desmonte dessa grande estatal, passou às mãos do mercado financeiro.
As usinas térmicas garantem segurança energética, pois em casos como os apagões, precisa-se de energia alternativa. Com a Fase C no mercado financeiro, não há controle sobre os preços aplicados para venda.
Em momentos de falta de energia no país, a termelétrica Candiota III é a mais lembrada pela ANEEL e ONS, porém eles não divulgam esse fato. A Usina atua para garantir a qualidade da energia elétrica entregue aos consumidores da região sul do Brasil.
Em 2022, durante 19º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências Térmicas, o diretor de Geração Térmica à época, senhor Jorge Andrighetto Junior, representando a CGT Eletrosul, citou a Termelétrica Candiota III (350MW) como sendo referência em eficiência no setor elétrico. Com essa afirmação, está mais do que justificada a IMPORTÂNCIA da FASE C, agora pertencendo ao Grupo Âmbar.
Observando o comportamento pelo mundo, verifica-se que a Alemanha, devido à guerra da Rússia, para manter sua segurança energética, está retornando com geração à carvão vegetal. Em junho, a França reestatizou a EDF (Eletricite de France), maior geradora de energia elétrica do país, a qual também teve ações negociadas na bolsa e voltou a ser 99,9% de propriedade do governo francês. A matriz energética da China, de onde veio a Fase C, é baseada em fontes de energia fósseis. A economia chinesa, especificamente do setor industrial, majoritariamente depende do carvão.
Uma riqueza equivalente a dois pré-sal na região mais pobre do RS, sendo entregue ao mercado financeiro, que poderia ter sido usada promovendo desenvolvimento. O pouco que se tem é resultado do trabalho nas usinas. Comércio, prefeituras… todos dependem basicamente dessa economia. Agora, as cidades estão propensas a virarem fantasmas, habitadas apenas por crianças e aposentados, pois adultos em idade produtiva irão atrás de oportunidades.